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Visagismo

A palavra visagisme, derivada de visage, que, em francês, significa rosto, é o nome que Fernand Aubry criou, em 1937, para a arte de criar uma imagem pessoal personalizada, segundo esse mesmo conceito. É importante ressaltar que o conceito do visagismo existe há milênios. Muitos indivíduos se destacaram por ter uma imagem personalizada e qualquer estilo é primeiro uma manifestação individual. As culturas africanas e muitas indígenas sempre aplicavam esse conceito; a imagem de um indivíduo é criada de acordo com seu guia, um orixá, no caso dos africanos, ou um animal, no caso dos índios americanos. No entanto, nas culturas ocidentais e orientais, a estilização da imagem era uniformizada e seguia padrões estabelecidos por uma elite. No início do século XX, pessoas pertencentes às elites culturais procuravam se diferenciar, pelo estilo, das elites de poder. Como que um artista, com convicções socialistas e uma visão de mundo materialista poderia ter uma imagem semelhante à de um membro duma elite centralizadora, conservadora e católica? Usando sua intuição e sensibilidade artística, Aubry começou a atender essas necessidades.
Pouco se sabe dos seus métodos, porque não deixou nenhum livro, mas a idéia de criar uma imagem despadronizada e personalizada cresceu ao longo do século. Parece claro que a personalização tinha um enfoque estético, harmonizando o cabelo e maquiagem com os traços físicos, e não incluía a expressão da personalidade do cliente, mas, aos poucos, a sociedade se abria à expressão individual, especialmente nos anos 60 em Londres com o trabalho de Vidal Sassoon. Cada vez mais se contestava a imposição da beleza idealizada e falava-se em expressar a “beleza interior”. Nunca foi possível, ao cabeleireiro e ao maquilador, aplicar esse conceito totalmente, porque lhes faltavam algumas informações essenciais, principalmente sobre a linguagem visual, e um método eficaz. Meu livro, Visagismo: harmonia e estética (Ed. Senac-SP) é o primeiro que mostra como essa linguagem se aplica à arte de criar uma imagem pessoal. Com esse conhecimento, o profissional tem mais liberdade de criar, porque não mais depende unicamente de sua intuição e inteligência visual.
Muitas pessoas, ao longo dos últimos 75 anos, foram responsáveis pelo fortalecimento do visagismo.
Wilhelm Ostwald (1853-1932), ganhador do prêmio Nobel em química, criou o duplo cone de cor, um sistema que permite classificar as cores com grande precisão. A estrela de cor (Color Star), criada pelo artista e professor da Bauhaus, Johannes Itten (1888-1967), é derivada do duplo cone. Ambos trabalhavam com as teorias de Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832) e o conceito de que a cor tem expressão.


Continua ...

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